
De geração em geração mantivera-se a fé de que o encontro daquele tesouro atrairia ao lugar prosperidade e harmonia jamais vistos.
Várias expedições foram empreendidas. Inúmeros rastreamentos e escavações foram feitos, todos em vão. Os anos iam passando e o tesouro ia tornando-se lenda. Havia naquela região um jovem muito amado por todos. Também para ele o tesouro parecia inatingível. E, bem sucedido em tudo a que se dedicava, era inexplicável o sentimento de vazio que sempre o acometia. Movido por imperiosa necessidade de refletir, passou a buscar quietude nas cercanias.
No topo de uma montanha próxima dedicava-se a contemplar o Sol. Quase diariamente se dirigia àquele local para ver as luzes silenciosas do crepúsculo ou sentir o chamado à alegria do alvorecer.
Após algum tempo, o jovem percebeu que sua insatisfação desaparecera. Um sentido de plenitude havia crescido em seu ser. Passou a observar, também, sempre que retornava da montanha, que algumas pessoas o aguardavam no caminho e eram tocadas pelo mesmo estado de paz.
Numa tarde de primavera, quando a natureza se desdobrava em flores e o céu resplandecia azul, o jovem lembrou-se do tesouro, e os raios do Sol fizeram-no ver o grande legado que quase sem dar conta encontrara: pensamento luminoso para iluminar seus rumos, sentimento luminoso para iluminar seus contatos e ação luminosa para iluminar seu mundo. Dentro de si, onde ninguém pode tocar, estava tão procurado tesouro.”
Fonte: BOLETIM DE SINAIS, nº 10, ano IV. Editora IRDIN