"Se me ponho a cismar em outras eras,
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida …
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida …
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida !
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida !
E fico, pensativa, olhando o vago …
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim …
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim …
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma !
Ninguém as vê cair dentro de mim !
Ninguém as vê brotar dentro da alma !
Ninguém as vê cair dentro de mim !
Poema extraído do "Livro de Mágoas" de Florbela Espanca
Que lindo e triste, mas muito lindo, bjos Luisa, uma semana ótima para vc.
ResponderExcluiroi Lu,
ResponderExcluirchorar já é muito triste,
chorar sozinha então,
não gosto nem de imaginar...
Florbela é mesmo intensa,
gosto muito de lê-la...
muito acertada sua escolha
beijinhos
Triste mas mesmo assim, muito linda a poesia ! um beijo,lindo dia,chica
ResponderExcluirTriste, mas acho que pelo menos uma vez na vida, já experimentamos eta solidão! Bjus.Josi
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